sociologia e feminismo

imagem: foto de Corina Rainer no Unsplash.

Este programa foi orginalmente desenhado pelas Professoras Dras. Paula Marcelino e Maira Abreu para a disciplina Sociologia e Feminismo, oferecida para estudantes de graduação de ciências sociais na Universidade de São Paulo em 2018.

A versão abaixo tem algumas modificações e adaptações em relação ao documento original. Foram suprimidas as datas das aulas, as seções sobre notas, atividades discentes e observações sobre como deveriam ser as discussões em sala de aula. Além disso, as aulas finais sofreram algumas alterações, e no programa a seguir constam as leituras atualizadas.

Todas as referências disponíveis na Internet possuem o link para acesso (tanto em português quanto em outras línguas). Este programa foi adaptado por Ana Flávia Bádue.

Boa leitura!


Sociologia e Feminismo

Profa. Dra. Paula Marcelino e Profa. Dra. Maira Abreu

OBJETIVOS
O objetivo da disciplina é permitir que os alunos conheçam e problematizem alguns dos principais conceitos e algumas das principais questões que o feminismo trouxe para os debates sociológicos: os conceitos de patriarcado e opressão feminina; o conceito de gênero, divisão sexual do trabalho, interseccionalidade e o debate sobre os impactos do feminismo na sociologia.

CONTEÚDO
Unidade I: Os conceito de patriarcado e de divisão sexual do trabalho
O conceito de patriarcado numa perspectiva feminista surge no bojo da segunda onda feminista. O objetivo dessa unidade é revisitar a gênese desse conceito, algumas das suas múltiplas acepções, o debate sobre sua autonomia em relação ao modo de produção capitalista assim como algumas das críticas que o conceito recebeu. Como a divisão sexual do trabalho se relaciona com a divisão social do trabalho? A divisão sexual do trabalho é útil ao capitalismo? Do ponto de vista teórico, sua manutenção é fundamental para o modo de produção capitalista?

Unidade II: Gênero e relações sociais de sexo
Partiremos das primeiras conceituações sobre gênero no contexto anglófilo e outras elaboradas em contextos teóricos diversos como o conceito de relações sociais de sexo. Quais são os principais debates em torno da utilização dos conceitos de gênero e sexo?

Unidade III: Gênero, raça, classe e interseccionalidade
Como o feminismo tematizou outras formas de dominação? Como foi pensada a interconexão entre gênero e classe e quais foram os debates que conduziram ao conceito de interseccionalidade e consubstancialidade. Quais são as diferenças, semelhanças entre esses dois conceitos? Quais são as possíveis consequências políticas do uso dos mesmos?

Unidade IV: Impactos do feminismo na sociologia
O objetivo dessa unidade é refletir sobre alguns dos impactos do feminismo na discussão sociológica clássica e contemporânea. O tema da epistemologia feminista e do conhecimento situado também serão abordados nesse momento da disciplina.

PROGRAMA E BIBLIOGRAFIA

Aula 1: Panorama da história do movimento feminista

Leituras obrigatórias:
ERGAS, Yasmine. “O sujeito mulher: o feminismo dos anos 1960-1980”. In: DUBY, George; PERROT, Michelle (Orgs.). História das mulheres no Ocidente: o século XX. Porto, Portugal: Afrontamento, 1991. v. 5 (O século XX), p. 583-611.

TOSCANO, Moema; GOLDENBERG, Mirian. A revolução das Mulheres. Um balanço do Feminismo no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Revan, 1992, p. 24-46.

PEDRO, Joana. “O feminismo de ‘segunda onda’. Corpo, prazer e trabalho”. In: PINSKY, Carla; PEDRO, Joana (org.). Nova história das mulheres. São Paulo: Contexto, 2012, pp.238-259.

Leituras complementares:
ABREU, Maira. Feminismo no exílio. São Paulo: Alameda, 2014, 288 p.

BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000 [1949]. (Introdução e capítulo 3, vol.1).

GOLDBERG, Anette. Feminismo e autoritarismo: a metamorfose de uma utopia de liberação em ideologia liberalizante. Rio de Janeiro: UFRJ (Dissertação de Mestrado em Sociologia), 1987.

HAHNER, June E. Emancipação do sexo feminino: a luta pelos direitos das mulheres no Brasil (1850-1940). Florianópolis/Santa Cruz do Sul: Ed. Mulheres/Edunisc, 2003, 448p.

LEITE, Miriam L.M. Outra face do feminismo: Maria Lacerda de Moura. São Paulo: Editora Ática, 1984.

MORAES, Maria Lygia Quartim. A experiência feminista nos anos 70. Araraquara: Unesp, 1990, 117 p.

MORENTE, Marcela Cristina de Oliveira. Invadindo o mundo público: movimentos de mulheres (1945-1964). São Paulo: Fapesp/Humanitas, 2017, Caps. 1 e 3, pp. 33-54 e 79-100.

SOUZA-LOBO, Elisabeth. “O gênero da representação: movimento de mulheres e representação política no Brasil (1980-1990)”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, n. 17, ano 6, 1991, pp. 7-13.

TELLES, Maria Amélia de Almeida. Breve História do Feminismo no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 2003, 181 p.

Aula 2 e 3: Patriarcado: origens e debates nos anos 1970

Leituras obrigatórias:
DELPHY, Christine. “Patriarcado”. In: HIRATA, Helena. LABORIE, Françoise et. al. Dicionário Crítico do feminismo. São Paulo: Editora UNESP, 2009, pp. 173-178.

DELPHY, Christine. O inimigo principal: a economia política do patriarcado. Revista Brasileira de Ciência Política, 2015, n.17, pp. 99-119. Disponível aqui.

MILLET, Kate. “Uma política sexual”. In: LAMAS, M.; SOLANAS, V. , FRIEDAN, B. Mulheres contra homens?. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1971, pp. 149-223.

FIRESTONE, Shulamith. A dialética do sexo. Um estudo da revolução feminista. Rio de Janeiro: Editora Labor do Brasil, 1976. (Capítulo “A dialética do sexo” pp.11-25).

REED, Evelyn. “Sexo contra sexo ou classe contra classe”. In: _____. Sexo contra sexo ou classe contra classe. São Paulo: Sundermann, 2008 [1970], pp. 103-129.

Leituras complementares:
BARRET, Michèle. “Some conceptual problems in Marxist feminist analysis”. In: BARRET, Michèle. Women’s oppression today. Londres: Verso, 1980. (capítulo 1, pp.8-41).

BEECHEY, Veronica. On patriarchy. Feminist review, n. 3, 1979, p 66–82. Disponível aqui.

ENGELS, Friedrich. A Origem da família, da propriedade privada e do Estado. 9.ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1984. p. 28-91 (Capítulo II – A família).

GUILLAUMIN, Colette. “Prática do poder e idéia de natureza”. In: FERREIRA, Verónica; ÁVILA, Maria Betânia; FALQUET, Jules; ABREU, Maira. Falta título. Recife: SOS Corpo, 2014, pp. 27-99.

HARTMANN, Heide. “The unhappy marriage of Marxism and feminism”. In: SARGENT, L. Woman and Revolution: the unhappy marriage of Marxism and feminism. Bonston: South and Press, 1981, pp. 1-41.

Aula 4 : Crítica, abandono e retorno (?) da categoria “mulheres” e do conceito de patriarcado

Leituras obrigatórias:

HOOKS, bell. Ain’t I a Woman?: Black women and feminism. Londres: Pluto Press, 1981, cap. 3, pp.87-117.

GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afrolatinoamericano. Revista Isis Internacional, Santiago, v. 9, 1988, p. 133-141.

CARNEIRO, Sueli. “Enegrecer o feminismo: a situação da mulher negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero”. In: ASHOKA EMPREENDIMENTOS SOCIAIS; TAKANO CIDADANIA (orgs.). Racismos contemporâneos. Rio de Janeiro: Takano Editora, 2003. Disponível aqui.

LORDE, Audre (1984). “Age, Race, Class and Sex – Women Redefining Difference” In: Sister Outsider. Essays and Speeches. Freedom, California: The Crossing Press, pp. 114-123.

Leituras complementares:
ARRUZZA, Cinzia. Considerações sobre gênero: reabrindo o debate sobre patriarcado e/ou capitalismo. Revista Outubro, n. 23, 2015, pp. 33-58. Disponível aqui.

CARDOSO, Claudia. Amefricanizando o feminismo: o pensamento de Lélia Gonzalez. Estudos Feministas, n.22, 2014, pp. 965-986. Disponível aqui.

DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2017. (capítulo 12 “Racismo, controle de natalidade e direitos reprodutivos”, pp.205-223).

DELPHY, Christine. “Préface. Critique de la rasion naturelle” e “Le patriarcat, une opression spécifique”. In: ____. L’ennemi principal. (Tome 2) Penser le genre. Paris: Syllepse. 2013, pp. 7-83.

PISCITELLI, Adriana. “Recriando a (categoria) mulher?” In: ALGRANTI, L. (Org.). A prática feminista e o conceito de gênero. Textos Didáticos, n. 48. Campinas: IFCH/Unicamp, 2002, 25p.

SAFIOTTI, Heleieth. “Rearticulando gênero e classe social”. In: COSTA, Albertina de Oliveira & BRUSCHINI, Cristina. Uma questão de gênero. Rio de Janeiro/São Paulo: Editora Rosa dos Tempos/Fundação Carlos Chagas, 1992, 183-215. Disponível aqui.

Aula 5 e 6: Gênero: origens do conceito

Leituras obrigatórias:
LAQUEUR, Thomas. “Destino é anatomia” e “Nova ciência, uma só carne”. In: ____. Inventando o sexo: corpo e gênero dos gregos a Freud. Rio de Janeiro. Relume-Dumará, 2001, pp. 89-149.

MATHIEU, Nicole-Claude. “Sexo e gênero”. In: HIRATA, Helena; LABORIE, Françoise, et. al. Dicionário crítico do feminismo. São Paulo: Editora Unesp, 2009, pp. 222-224.

NICHOLSON, Linda. Interpretando o gênero. Estudos Feministas, vol. 8, n.2, 2000, 33 p. Disponível aqui.

SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise. Educação & Realidade, v.15, n.2, jul./dez.1990, pp.71-99. Disponível aqui.

VARIKAS, Eleni. “Gênero, um conceito itinerante”. In:_____. Pensar o sexo e o gênero. Campinas: Unicamp, 2016, pp. 17-53.

Leituras complementares:
BERENI, Laure; CHAUVIN, Sébastien; JAUNAIT, Alexandre; REVILLARD, Anne. “Sexe et genre”. In______. Introduction aux études sur le genre. 2ª ediction. Louvain-la-Neuve: De Boeck Supérieur; 2016, pp. 23-55.

DORLIN, Elsa. “Historicité du sexe”. In: ______. Sexe, genre et sexualités. Paris: Puf, 2016, pp. 33-54.

FAUSTO-STERLING, Anne. Dualismos em duelo. Cadernos Pagu, n 17-18, 2002, pp. 9-79. Disponível aqui.

LÖWY, Llana; ROUCH, Hélène. Genèse et développement du genre: les sciences et les origines de la distinction entre sexe et genre. Cahiers du Genre, n.34, 2003, pp 5-16. Disponível aqui.

MATHIEU, Nicole-Claude. “Identicidade sexual/sexuada/de sexo? Três modos de conceitualização da relação entre sexo e gênero”. In: FERREIRA, Verônica; ÁVILA, Maria Betânia; FALQUET, Jules; ABREU, Maira (org.) O Patriarcado Desvendado: teorias de três feministas materialistas. Colette Guillaumin, Paola Tabet e Nicole-Claude Mathieu. Recife: Edições SOS Corpo, 2016 pp. 175-222.

MOORE, Henrietta. “Compreendendo Sexo e Gênero”. [tradução não publicada] mimeo.

RUBIN, Gayle; BUTLER, Judith. Tráfico sexual – entrevista. Cadernos Pagu, n 21, 2003, p.157-209. Disponível aqui.

RUBIN, Gayle. “Pensando o sexo”. In: ______. Políticas do Sexo. São Paulo: Ubu Editora, 2017, pp. 63-128.

RUBIN, Gayle. O tráfico de mulheres: notas sobre a “economia política” do sexo. Recife: Edições SOSCorpo, 1993, 32 p.

WITIG, Monique. “La categoría sexo”. In: _______. El pensamiento heterosexual. Madrid: Egales, 2006, pp. 23-31.

Aula 7: Divisão sexual do trabalho

Leituras obrigatórias:
HIRATA, Helena; KERGOART, Danièle. “A divisão sexual do trabalho revisitada”. In: MARUANI, Margaret; HIRATA, Helena (orgs.). As novas fronteiras das desigualdades: homens e mulheres no mercado de trabalho. São Paulo: Senac, 2003, pp. 111-123.

HIRATA, Helena; KERGOAT, Danièle. A classe trabalhadora tem dois sexos. Estudos Feministas, 2 (3), 1994, 93-100.

SOUZA-LOBO, Elisabeth (2011 [1991]). A Classe Operária tem Dois Sexos. Trabalho, dominação e resistência. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2a edição.

Leituras complementares:
ALBARRACÍN, Jesús. “O trabalho doméstico e a lei do valor”. In: _____. FARIA, Nalu; NOBRE, Miriam. O trabalho das mulheres. São Paulo: SOF, 1999, pp. 43-61.

BERENI, Laure; CHAUVIN, Sébastien; JAUNAIT, Alexandre; REVILLARD, Anne. “Genre et travail”. In:______. Introduction aux études sur le genre. 2ª ediction. Louvain-la-Neuve: De Boeck Supérieur; 2016, pp. 169-212.

BLASS, Leila; HIRATA, Helena; SOARES, Vera. “Prefácio à 2ª Edição”. In: SOUZA-LOBO, Elisabeth. A classe operária tem dois sexos: trabalho, dominação e resistência. 2.ed. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2011. p. 9-17.

BRUSCHINI, Cristina. “Fazendo as perguntas certas: como tornar visível a contribuição das mulheres para a sociedade? In: ABRAMO, Laís; ABREU, Alice Rangel de Paiva. Gênero e trabalho na sociologia latino-americana. São Paulo/Rio de Janeiro: Alast. 1998, pp. 277- 294.

OSTRONOFF, Leonardo José. Poder, gênero e identidades: um novo momento do sindicalismo. Idéias, vol. 1 no 1, 1994, pp. 41-60. Disponível aqui.

SAFIOTI, Heleieth. “Trabalho feminimo e capitalismo”. In: Mulher brasileira: opressão e exploração. Rio de Janeiro: Achiamé, 1984, pp. 55-96.

SOUZA-LOBO, Elisabeth. “Lutas operárias e lutas das operárias em São Bernardo do Campo”. In: A classe operária tem dois sexos: trabalho, dominação e resistência. 2.ed. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2011. p. 27-54.

SUCUPIRA, Fernanda. Divisão sexual do trabalho e o tempo cotidiano das mulheres de baixa renda. Idéias, vol. 1, n. 1, 1994, pp. 15-40. Disponível aqui.

Aula 8: Relações sociais de sexo

Leituras obrigatórias:
CHABAUD, Danielle; FOUGEYROLLAS-SCHWEBEL, Dominique. “Sobre a autonomia relativa da produção e da reprodução”. In: KARTCHEVSKY, Andrée et al. O sexo do trabalho. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986, pp. 113-129.

KÉRGOART, Danièle. “Em defesa de uma sociologia das relações sociais. Da análise crítica das categorias dominantes à elaboração de uma nova conceituação”. In: KARTCHEVSKY, Andrée et al. O sexo do trabalho. Rio de Janeiro: paz e Terra, 1986, pp. 79-93.

KERGOAT, Danièle. “Divisãosexual do trabalho e relações sociais de sexo”. In: HIRATA, Helena. LABORIE, Françoise et. al. Dicionário Crítico do feminismo. São Paulo: Editora UNESP, 2009, pp. 67-75.

Leituras complementares:
COMBES, Danièle; HAICAULT, Monique. “Produção e reprodução. Relações sociais de sexos e de classes”. In: KARTCHEVSKY, Andrée et al. O sexo do trabalho. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986, pp. 23-43.

BATTAGLIOLA, Françoise; COMBES, Danièle ; DAUNE-RICHARD, Anne-Marie ; DEVREUX, Anne-Marie ; FERRAND, Michèle; LANGEVIN, Anette. A propos des rapports sociaux de sexe. Parcours épistemologiques [1986], Paris, CSU, 1990.

Aula 9: Gênero, pós-modernidade e teoria queer

Leituras obrigatórias:
BUTLER, Judith. “Sujeito do sexo/gênero/desejo”. In: ____. Problemas de gênero. Feminismo e subversão da identidade. 14ª edição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017 pp. 17-70.

FLAX, Jane. “Posmodernismo e relações de gênero na teoria feminista”. In: HOLLANDA, H. (org.) Pós-Modernismo e Política. Rio de Janeiro, Rocco, 1991, pp.217-250.

WALBY, Sylvia. Post-postmodernism? Theorizing social complexity. In: BARRETT, Michèle; PHILLIPS, Anne (org.). Destabilizing Theory: Contemporary Feminist Debates.  Cambridge: Polity Press, 1992. p. 31-52.

Leituras complementares:
BUTLER, J. “Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do sexo”. In: LOURO, G. L. (org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 2001, p. 151-172.

BUTLER, Judith; FASIN, Erick; SCOTT, Joan Wallach. (orgs.) Pour ne pas en finir avec le « genre ». Table ronde. Sociétés & Représentations. 2007, 2 (24). Disponível aqui.

DORLIN, Elsa. “Philosophies de l’indentité et ‘praxis queer’.”. In: ______. Sexe, genre et sexualités. Paris: Puf, 2016, pp. 109-129.

FRASER, Nancy; NICHOLSON, Linda. “Social criticism without philosophy: an encounter between feminism and postmodernism. In: NICHOLSON, Linda (org.) Feminism/Postmodernism. New York/London: Routledge, 1990.

MISKOLCI, Richard. A teoria queer e a sociologia: o desafio de uma analítica da normalização. Sociologias, n. 21, 2009, pp.150-182. Disponível aqui.

RUBIN, Gayle; BUTLER,  Judith. “Tráfico sexual – entrevista”. Cadernos Pagu, n. 21, 2003, p.157-209. Disponível aqui.

SORJBila. “Ofeminismo na encruzilhada da modernidade e pós-modernidade” In: COSTA, Albertina de Oliveira; BRUSCHINI, Cristina (org.) Uma questão de gênero. Rio de Janeiro: Fundação Carlos Chagas/Rosa dos Ventos, 1992. p. 15-23.

VARIKAS, Eleni. “Féminisme, modernité, postmodernisme: pour un dialogue des deux cotés de l’ocean”. Futur Antérieur, número especial, 1993. Disponível aqui.

Aula 10: Queer, marxismo e o materialismo: novos e velhos debates

Leituras obrigatórias:
BUTLER, Judith. Meramente cultural. Idéias, v.7, n.2, , jul/dez. 2016, pp. 227-248. Disponível aqui.

FLOYD, Kevin. Fazendo história: marxismo, teoria queer e contradição no futuro dos estudos estadunidenses. Crítica Marxista, 49, 2019. Disponível aqui.

FRASER, Nancy. Heterossexismo, falso reconhecimento e capitalismo: uma resposta a Judith Butler. Idéias, 8 (1), 2017, pp. 277-293.  Disponível aqui.

NOYÉ, Sophie. Por um feminismo materialista e queer. Crítica Marxista, 48, 2018. Disponível aqui.

Leituras complementares:
ARRUZZA, Cinzia. Rumo a uma união queer de marxismo e feminismo? Lutas Sociais, n.27, 2011, pp.159-171. Disponível aqui.

CASTRO, Mary Garcia. Marxismo, feminismos e feminismo marxista: mais que um gênero em tempos neoliberais. Crítica Marxista, n. 11, p. 98-108, 2000. Disponível aqui.

CERVULLE, Maxime. Matière à penser. Controverses féministes autour du matérialisme. Analyse critique et féminismes matérialistes. Cahiers du genre, 2(3) 2016, pp. 29-52. Disponível aqui.

CYFER Ingrid. Feminismo, identidade e exclusão política em Judith Butler e Nancy Fraser.  Idéias,  v. 8, n. 1, 2017, pp. 247-274. Disponível aqui.

DARMANGEART, Cristophe. “A opressão das mulheres no passado e no presente para acabar no futuro! Uma perspectiva marxista”. Livreto da Associação Table rase, 2010, 41p.

DRUCKER, Peter 2000, ‘Introduction: Remapping Sexualities’, and ‘Reinventing Liberation: Strategic Challenges for Lesbian/Gay Movements’. In: Drucker (org). Different Rainbows, London: Millivres/Gay Men’s Press, 2000.

DRUCKER, Peter. The New Sexual Radicalism: Socialist Feminist Reflections on Queer Activism.  Against the Current 146, 2010, pp.23–8. Disponível aqui.

FRASER, Nancy. O feminismo, o capitalismo e a astúcia da história. Outubro, no 26, 2016, pp. 31-56. Disponível aqui.

HARAWAY, Donna. Gênero para um dicionário marxista: a política sexual de uma palavra. Cadernos Pagu, nº 22, 2004, pp. 201-246. Disponível aqui.

BRETAS, Aléxia Cruz. O heterossexismo é meramente cultural? Judith Butler e Nancy Fraser em diálogo. Idéias, v.8, n.1, 2017, pp.227-246. Disponível aqui.

JACKSON, Stevi. “Marxisme et féminisme”. In: BIDET, Jacques. (org.). Dictionnaire Marx contemporain. Paris: PUF, 2001.

MORAES, Maria Lygia Quartim. Marxismo e feminismo: afinidades e diferenças. Crítica Marxista, n. 11, Campinas, 2000, pp 89-98. Disponível aqui.

TOITIO, Rafael Dias. Um marxismo transviado. Cadernos do Cemarx, n. 10, 2017, pp. 62-82. Disponível aqui.

WOOD, Ellen Meiksins. “Capitalismo e emancipação humana: raça, gênero  democracia”. In: ______. Democracia contra capitalismo: a renovação do materialismo histórico. São Paulo: Boitempo, 2003, pp. 227-250. 

Aula 11: Interseccionalidade e consubstacialidade

Leituras obrigatórias:
COLLINS, Patricia Hill. “Em direção a uma nova visão: raça, classe e gênero como categorias de analise e conexão”. Moreno, Renata (org.) Reflexões e Praticas de Transformação Feminista, São Paulo: SOF, p.13-42, 2015. Disponível aqui.

COMBAHEE RIVER COLLECTIVE. “The Combahee River Collective Statement”. In: SMITH, Barbara (ed.), Home Girls: A Black Feminist Anthology, New Jersey: Rutgers University Press, 264-274, 2000 [1977]. Disponível aqui.

CRENSHAW, Kimberlé W. (2002). Documento para o Encontro de Especialistas em Aspectos da Discriminação Racial Relativos ao Gênero. Estudos Feministas, 10(1), 2002, pp. 171-188. Disponível aqui.

KÉRGOAT, Danièle. Dinâmica e consubstancialidade das relações sociais. Novos estudos – CEBRAP, n.86, 2010, pp. 93-103. Disponível aqui.

Leituras complementares:
BERENI, Laure; CHAUVIN, Sébastien; JAUNAIT, Alexandre; REVILLARD, Anne. “Intersection”. In______. Introduction aux études sur le genre. 2ª ediction. Louvain-la-Neuve: De Boeck Supérieur; 2016, pp. 277-309.

BILGE, Sirma. Intersectionality Undone: Saving Intersectionality from Feminist Intersectionality Studies. Du Bois Review, 10:2, 2013, pp. 405–424.

DORLIN, Elsa.  “Le sujet politique du féminisme”. In: ______. Sexe, genre et sexualités. Paris: Puf, 2016, pp. 79-108.

DORLIN, Elsa. L’Atlantique féministe. L’intersectionnalité en débat. Papeles del CEIC, CEIC: Universidad del Pais Vasco, 83(2), 2012. Disponível aqui.

FASSA, Farinaz; LÉPINARD, Eléonore; ROCA I ESCODA, Marta (orgs.) L’Intersectionnalité: enjeux théoriques et politiques. Paris: La Dispute, 2016, 282 p.

FERGUSON, Susan. Feminismos interseccional e da reprodução social: rumo a uma ontologia integrativa. Cadernos do Cemarx, n. 10, 2017, pp. 13-38. Disponível aqui.

HIRATA, Helena. Gênero, classe e raça; Interseccionalidade e consubstancialidade das relações sociais. Tempo Social, 26 (1), 2014, pp. 62-73. Disponível aqui.

KERGOAT, Danièle. ‘Introduction’. In : _____. Se battre, disent-elles. Paris : La Dispute, 2012, pp. 9-31.

LOVELL, Peggy A. Raça, classe, gênero e discriminação racial no Brasil. Estudos Afro-Asiáticos, set./1992, n.º 22, pp.85-98.

MARIANO, Silvana; MACÊDO, Márica dos Santos. Desigualdades e interseccionalidades: deslindando a complexa trama das hirarquias e agenciamentos. Mediações, 20(2), 2015, pp. 11-26. Disponível aqui.

SAFIOTTI, Heleieth. “Força de trabalho feminina e “Manifestações feministas”. In: _____. A mulher na sociedade de classes: mito e realidade. São Paulo: Expressão Popular: 2013. p. 328-395.

TOLEDO, Cecília. “Opressão da mulher: um problema de gênero ou um problema de classe?”. O gênero nos une, a classe nos divide. São Paulo: Sunderman, 2008, pp. 26-38.

Aula 12: Os impactos do feminismo nas Ciências Sociais

Leituras obrigatórias:
HEILBORN, Maria Luiza; SORJ, Bila. “Estudos de gênero no Brasil”. In: MICELI, Sergio (org.). O que ler na ciência social brasileira. São Paulo: Editora Sumaré: ANPOCS/Brasília: Capes, 1999, pp. 183-221.

HIRATA, Helena; KERGOAT, Danièle. Paradigmas sociológicos revistos à luz da categoria de gênero. Que renovação aporta a epistemologia do trabalho? Novos Cadernos NAEA, 2008, v. 11, p. 39-50. Disponível aqui.

Leituras complementares:
BOURDIEU, Pierre. “Uma imagem ampliada”. In: _____. A dominação masculina. 10ª edição, Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011, jul/dez. 2016 pp. 13-67.

BURAWOY, Michael. “As antinomias do feminismo: Beauvoir encontra Bourdieu”. In: _____. O marxismo encontra Bourdieu. Campinas: Unicamp, 2010, pp. 131-176.

CHABAUD-RYCHTER, Daniele; DESCOUTURES, Virginie; DEVREUX, Anne-Marie; VARIKAS, Eleni. (orgs.) O gênero nas Ciências Sociais. São Paulo/Brasília: Unesp/UnB, 2014, 584 p.

CORREA, Mariza. O sexo da dominação. Novos Estudos, n.° 54, 1999, pp.43-53.

HOLMSTROM, Nancy. “Como Marx pode contribuir para a compreensão do gênero?”. In: CHABAUD-RYCHTER, Daniele; DESCOUTURES, Virginie; DEVREUX, Anne-Marie; VARIKAS, Eleni. (orgs.) O gênero nas Ciências Sociais. São Paulo/Brasília: Unesp/UnB, 2014, pp. 343-357.

MATHIEU, Nicole-Claude.  Bourdieu ou le pouvoir autohypnotique de la domination masculine. Les temps modernes, n.604, 1999, pp. 286-324.

PFERFFERSON, Roland. “Émile Durkheim e a unidade orgânica da sociedade conjugal”. In: CHABAUD-RYCHTER, Daniele; DESCOUTURES, Virginie; DEVREUX, Anne-Marie; VARIKAS, Eleni. (orgs.) O gênero nas Ciências Sociais. São Paulo/Brasília: Unesp/UnB, 2014, pp. 41-54.

TRAT, Josette. “Friedrich Engels; da propriedade privada à sujeição das mulheres”. In: CHABAUD-RYCHTER, Daniele; DESCOUTURES, Virginie; DEVREUX, Anne-Marie; VARIKAS, Eleni. (orgs.) O gênero nas Ciências Sociais. São Paulo/Brasília: Unesp/UnB, 2014, pp. 359-372.

RUBEL, Maximilien. “L’emancipation des femmes dans l’oeuvre de Marx et d’Engels”. In:_____. FAURÉ, Christine. Nouvelle Encycolpédie politique et historique des femmes. Paris: Les Belles Lettres, 2010, pp. 477-501.

VARIKAS, Eleni. “Max Weber, a gaiola de aço e as senhoras”. In: CHABAUD-RYCHTER, Daniele; DESCOUTURES, Virginie; DEVREUX, Anne-Marie; VARIKAS, Eleni. (orgs.) O gênero nas Ciências Sociais. São Paulo/Brasília: Unesp/UnB, 2014, pp. 423-461.

Aula 13: Uma epistemologia feminista? O que o marxismo teria a dizer sobre isso?

Leituras obrigatórias :
HARAWAY, Donna. Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, n. 5, 1995, pp. 7-41. Disponível aqui.

HARDING, Sandra. A instabilidade das categorias analíticas na teoria feminista. Revista Estudos Feministas, n.1, vol. 1, 1993, pp.7-31. Disponível aqui.

KELLER, E.F. Qual foi o impacto do feminismo na ciência? Cadernos Pagu, n. 27, 2006, pp. 13-34. Disponível aqui.

Leituras complementares:
ARRUZZA, Cinzia. “Relações perigosas entre gênero e classe”. In: _____. Relações perigosas: casamentos e divórcios entre feminismo e marxismo. São Paulo: Usina Editorial, 2019.

ARRUZZA, Cinzia. Funcionalista, determinista e reducionista: o feminismo da reprodução social e seus críticos. Cadernos do Cemarx, n. 10, 2017, pp. 39-60. Disponível aqui.

AYMORÉ, Débora, KOIDE, Kelly; FERREIRA, Mariana Toledo. Entrevista com Helen Longino: ativismo, feminismo e filosofia da ciência. Scientae Studia, vol. 15, no 1, 2017. Pp. 145-162. Disponível aqui.

BELACASA, Les savoirs situés de Sandra Harding et donna Haraway. Paris: Harmattan, 2014.

DORLIN, Elsa.  “Epistemologies feministe”. In: ______. Sexe, genre et sexualités. Paris: Puf, 2016, pp. 9-31.

DORLIN, Elsa.  “Introduction: vers une espiséemologie des réssistences” In: ______. (org.) Sexe, race, classe. Pour une epistémologuie de la domination. Paris: Puf, 2009, pp. 5-18.

HARDING, Sandra. “Introduction. Is there a feminist method?” In: ______. (org.) Feminism and Methodology. St. Bloomington: Indiana University Press, 1988. Versão em espanhol disponível aqui.

LONGINO, Helen. Valores, heurística e política do conhecimento. Scientae Studia, vol. 15, no 1, 2017, pp. 39-57. Disponível aqui.

SAFFIOTI, Heleieth I. B. Quem tem medo dos esquemas patriarcais de pensamento? Crítica Marxista, n. 11, p. 71-75, 2000. Disponível aqui.

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