I Seminário Internacional

1° Seminário Internacional Marxismo Feminista foi suspenso por tempo indeterminado devido à pandemia de Covid-19. As palestrantes, participantes de GTs e inscritas serão informadas com antecedência sobre a nova data do evento. Todas as informações estarão disponíveis, também, nesta página.

Este evento convida todas e todos a discutir as possíveis – e necessárias – relações entre Marxismo e Feminismo, considerando algumas questões e temas. Como trabalhos que avançam o debate feminista podem contribuir para o marxismo? Quais as continuidades, descontinuidades e determinações entre gênero, raça e classe? Quais as relações entre gênero e acumulação capitalista em diferentes momentos históricos? E nas dinâmicas de exploração capitalista contemporânea? De que modo a separação entre produção de capital e reprodução social cria desigualdades de gênero? E em que medidas teorias que separam essas esferas reproduzem tais desigualdades? Em que medida conjugar marxismo e feminismo abre nossas possibilidades para o futuro?

O objetivo desse seminário é contribuir para o aprofundamento do processo de “feminização” do marxismo, levado à cabo por diferentes gerações de teóricas e ativistas, haja visto o quanto a questão de gênero, atrelada às questões de classe, raça e sexualidade, são centrais tanto para a compreensão do capitalismo, quanto para as nossas práticas políticas e acadêmicas. Infelizmente, vemos que, apesar de já termos produzido avanços fundamentais, ainda há desigualdades em relação a esses debates no interior da nossa tradição. Acreditamos que está mais do que na hora que o marxismo e os marxistas estejam à altura dos desafios do século XXI e isso passa necessariamente por avançarmos e seguirmos o legado aberto pelas marxistas e feministas ao longo dos últimos anos.

Sabemos que esse é um momento delicado não só para o país e para as famílias que estão sofrendo com o adoecimento e a perda de pessoas queridas, mas para todas as mulheres que estão especialmente sobrecarregadas com o trabalho em suas múltiplas formas. Entendemos que a decisão de postergar o nosso evento, além de ser sensível e condizente com essa situação e com a opinião expressa opinião expressa pela maioria das participantes, também respeita o objetivo original do Seminário: o de reunir pesquisadoras interessadas em debater o marxismo feminista e em criar novas redes de pesquisa e de solidariedade no meio acadêmico. Entendemos que o formato on-line limitaria bastante esse objetivo de diálogo e de intercâmbio de experiências. Não temos como estimar, por enquanto, quando a nossa reunião será possível, mas faremos tudo que está ao nosso alcance para que ela se realize e atenda a todas as exigências que estão colocadas nesse novo contexto aberto pela pandemia.

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Não conseguimos, por hora, anunciar uma nova data, mas realmente esperamos que o evento possa ocorrer no próximo ano. Sabemos que todas estavam bastante animadas para esse primeiro encontro. Assim que conseguirmos vislumbrar a realização do Seminário presencialmente, escreveremos a todas vocês novamente, inclusive, para consultar se as participantes gostariam de manter sua inscrição e verificar a necessidade de reabertura da chamada de trabalhos. Aquelas que já submeteram seus trabalhos completos na plataforma terão a possibilidade de revisar e entregar novas versões, se o quiserem.

Esperamos poder levar adiante tudo o que construímos até aqui. Nosso seminário contou com 200 inscrições para apresentação de trabalho, mais de 500 inscritas como ouvintes, além do apoio de professoras, pesquisadoras e ativistas de todas as regiões do Brasil e de fora do país, interessadas em avançar no debate sobre o marxismo e o feminismo. Várias das questões que seriam objeto de debate do nosso Seminário se tornaram ainda mais relevantes no atual cenário de pandemia e de aprofundamento de tendências fascistas no âmbito do contexto político e, por essa razão, decidimos ampliar as nossas iniciativas em duas formas: este blog e uma série de lives com marxistas feministas para debatermos temas políticos, teóricos e do contexto atual.

O país está sob um governo que se elegeu defendendo a destruição dos direitos da classe trabalhadora, o genocídio da população negra e indígena, a opressão das mulheres e da comunidade LGBT. O marxismo feminista é nossa principal forma de luta. Por isso, queremos continuar construindo esse espaço com vocês. Estamos abertas a sugestões e ao diálogo e não vemos a hora estar juntas, assim que possível.

Saudações,

Comissão Organizadora