crise do capitalismo ou crise do coronavírus?

imagem: TV Boitempo.

Coluna “Impertinências” na TV Boitempo, com Virgínia Fontes

Isabella Meucci

“As massas trabalhadoras compartilham cada vez menos da riqueza que foi produzida e precisam a cada vez mais dar uma cota maior de sangue, suor e trabalho para garantir a reprodução do capital”
Virgínia Fontes

A historiadora e professora da Universidade Federal Fluminense (UFF) Virgínia Fontes inaugurou sua coluna fixa na TV Boitempo em junho de 2020. No primeiro episódio de “Impertinências”, Virgínia Fontes comenta sobre as relações entre o coronavírus e a crise do capitalismo. A professora destaca que na sociedade capitalista as crises se relacionam com o excesso e não mais com a escassez, como ocorria nos modelos de produção anteriores. O capital, como relação social de apropriação privada de determinados grupos sociais de riquezas naturais e produzidas pela humanidade, desenvolve-se a partir do trabalho excedente colocado a seu serviço. Dessa maneira, quando não está em crise, o capitalismo explora drasticamente para se desenvolver, o que leva à concentração de riquezas em certas parcelas e à exploração da grande massa de trabalhadores. Quando ocorre a crise, advinda exatamente dessa constante exploração, centralização e acumulação, são também os trabalhadores quem sentem com maior força seus efeitos. A professora retoma, então, como nos últimos anos a concentração de riqueza foi ocorrendo a partir de uma devastação de conquistas democráticas, acentuando-se também as formas de precarização do trabalho. Embora a crise atual do capitalismo tenha sido detonada por um vírus de escala global, esse disparador sanitário não é o responsável por essa crise, mas sim o capital. O que está em andamento agora é um aprofundamento dessa crise econômica e uma superposição de outras crises – sanitária, política, educacional – também em escala global. No caso brasileiro, mais uma vez as populações mais vulneráveis são as mais oneradas, negros e negras e mulheres trabalhadoras em geral, sobrecarregadas também pelo trabalho doméstico.

Confira o vídeo completo na TV Boitempo, no Youtube.

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