Academia Sem Assédio – Fundo de apoio jurídico para vítimas no CES

Foi criada a campanha Academia Sem Assédio – Fundo de Apoio Jurídico para Vítimas no CES destinada a financiar as despesas legais das vítimas, garantindo condições de enfrentarem o sistema de justiça no acompanhamento das denúncias. O mais urgente agora é garantir assistência jurídica às vítimas que estão sendo processadas por Boaventura de Sousa Santos, por terem cobrado medidas contra o assédio que sofreram por anos.

Leia mais aqui ou confira abaixo.

Site coletivo: https://www.academiasemassedio.com/

Todo apoio conta muito. Cada pessoa pode apoiar no que puder, inclusive ajudando a divulgar a campanha.



Academia Sem Assédio – Fundo de Apoio Jurídico para Vítimas no CES

O problema

Espera-se que a universidade seja um espaço seguro de partilha e construção de conhecimento. No entanto, é tendencialmente um lugar de violência normalizada e silenciada, que afeta desproporcionalmente as mulheres, desviando as suas trajetórias, comprometendo as suas aspirações profissionais e danificando a sua saúde mental.

Quem somos?

Somos um coletivo internacional de mulheres, de diferentes áreas profissionais e com diferentes perfis, que partilham experiências de violência sofrida no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, enquanto estudantes ou investigadoras. A maior parte de nós foi confrontada com assédio ou abusos no âmbito de projetos coordenados por Boaventura de Sousa Santos (cometido por ele ou por pessoas que protegia).

O que nos une?

Une-nos a convicção de que é urgente quebrar o silêncio sobre a violência em contexto universitário e denunciar as nossas experiências de assédio moral e sexual, abuso de poder e extractivismo intelectual.

Como nos juntámos para denunciar?

Juntamo-nos em abril de 2023, na sequência de uma publicação que expôs um padrão de assédio e abuso de poder na instituição liderada por Boaventura de Sousa Santos. A discussão que essa publicação levantou forçou o Centro de Estudos Sociais a confrontar-se com um problema que, até então, circulava apenas em redes de sussurro e em pichagens que surgiram nas paredes da Universidade de Coimbra, com o conteúdo: “Fora Boaventura! Todas sabemos!”.

O que mudou em abril de 2023?

Pela primeira vez, entre nós, partilhámos abertamente as nossas histórias, na sua complexidade e gravidade, ficando claro que elas encaixam entre si e, no seu conjunto, revelam um padrão alarmante de violência, que decidimos não mais aceitar, independentemente das retaliações que viéssemos a sofrer.

O que nos move?

Procuramos o reconhecimento da verdade, a reparação pelos danos sofridos e garantias de não-repetição, para que não voltemos a ser agredidas e para que outras mulheres não passem por aquilo que passámos. Não buscamos vingança, mas justiça e dignidade, para nós e para todas as mulheres na academia, na sua diversidade.

A que fins concretos se destina o apoio que solicitamos?

As vítimas de violência enfrentam processos caros e demorados quando tentam responsabilizar os abusadores e as instituições que falharam em protegê-las. Nesse sentido, o caminho da justiça torna-se, com frequência, inacessível.

O apoio financeiro que buscamos destina-se exclusivamente a financiar as despesas legais das vítimas, de modo a garantir que nenhuma vítima terá que enfrentar o sistema de justiça sem recursos ou terá que desistir de procurar justiça por falta de recursos.

Cada doação fará uma diferença real, contribuindo para o acesso à justiça e para que as vozes das vítimas sejam ouvidas.

Que processos judiciais estão em curso?

O Ministério Público abriu uma investigação na sequência da nossa 6ª carta aberta e dos resultados da comissão independente no CES. Para levarmos em frente as nossas denúncias, necessitamos de recursos que cubram os honorários das advogadas e as custas judiciais.

Além disso, tomamos conhecimento pela comunicação social de que Boaventura de Sousa Santos intentou ações judiciais contra as vítimas. Os custos desses processos irão somar-se aos custos que tínhamos previsto inicialmente.

Ajude-nos a combater o silêncio e a impunidade. Junte-se a nós nesta luta por justiça, dignidade e transformação da sociedade!

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